Connect with us
Barra

Em Destaque com Priscilla Silvestre

Já sei que meu filho tem autismo nível de suporte 1. E agora?

Published

on

Quando uma família recebe o diagnóstico de autismo de nível de suporte 1 para seu filho, uma série de dúvidas naturalmente surge. O que muda na rotina dele? Quais profissionais devem procurar para ajudar a desenvolver habilidades? Como falar sobre isso na escola? E, talvez a questão mais delicada, quando e como contar ao próprio filho sobre o diagnóstico? Para responder a essas questões, a neuropsicóloga Bárbara Calmeto, diretora do Autonomia Instituto, compartilha orientações sobre os primeiros passos após o diagnóstico e como conduzir essa nova fase.

O que muda na rotina?

A primeira dúvida da maioria dos pais é o que muda na vida do filho a partir do diagnóstico. Bárbara Calmeto explica que, para crianças com autismo nível 1 (antigamente conhecido como Síndrome de Asperger), a rotina pode precisar de adaptações sutis, mas fundamentais. “A criança com autismo nível de suporte 1 geralmente tem dificuldades que nem sempre são percebidas na socialização, comunicação e flexibilidade de comportamentos, mas não significa que esses desafios devam ser subestimados. O suporte adequado pode evitar que esses aspectos evoluam de maneira negativa e ajudem no desenvolvimento das habilidades socioemocionais”, afirma a neuropsicóloga. Ela ressalta que a constância e a previsibilidade na rotina são elementos essenciais para crianças com autismo. “Estabelecer uma rotina clara, com horários fixos para atividades diárias, ajuda a reduzir a ansiedade e permite que a criança se sinta mais segura e confortável.”

Que profissionais procurar?

Outro ponto importante é buscar os profissionais certos para apoiar no desenvolvimento das habilidades da criança. De acordo com Bárbara Calmeto, uma equipe multidisciplinar é fundamental. “Além do acompanhamento neuropsicológico, muitas vezes recomendamos terapias comportamentais, como a ABA (Análise do Comportamento Aplicada), que auxilia na melhora da comunicação e na redução de comportamentos que possam causar desconforto. Fonoaudiólogos também são essenciais para ajudar na linguagem e terapeutas ocupacionais podem trabalhar questões sensoriais e motoras”, explica. Ela também ressalta a importância de envolver um psicólogo especializado para auxiliar tanto a criança quanto a família a entender e lidar com o diagnóstico.

Como abordar o diagnóstico na escola?

A parceria com a escola também é um passo essencial para garantir que a criança seja acolhida adequadamente. “É fundamental que a escola tenha conhecimento do diagnóstico para ajustar as expectativas e as abordagens educacionais de acordo com as necessidades específicas da criança”, orienta Bárbara. Ela recomenda que os pais tenham uma reunião com a equipe pedagógica e, se possível, também com os professores. “Explique como o autismo afeta seu filho. Fale sobre suas preferências, pontos fortes e desafios. Muitas vezes, pequenos ajustes podem fazer uma enorme diferença, como permitir mais tempo para terminar as atividades ou flexibilizar regras durante períodos de sobrecarga sensorial”, aconselha. Além de explicar a condição do filho, os pais também podem solicitar estratégias específicas. Segundo a neuropsicóloga, algumas abordagens simples, como o uso de suportes visuais e rotinas previsíveis, ajudam muito na adaptação escolar. “Peça que os professores usem recursos visuais para explicar tarefas, rotinas e transições. Isso ajuda a criança a entender melhor o que se espera dela e a se organizar mentalmente”, diz Bárbara. “Também é importante sugerir que a criança tenha um espaço tranquilo na sala ou na escola onde possa ir caso se sinta sobrecarregada.”

Quando e como contar ao seu filho sobre o autismo?

Uma das questões mais sensíveis após o diagnóstico é como e quando contar à criança sobre o autismo. Bárbara Calmeto sugere que esse momento seja planejado com cuidado, de acordo com o desenvolvimento emocional da criança. “Não existe uma idade exata para contar, mas é importante que a criança seja informada de maneira positiva e honesta. O autismo não deve ser visto como um problema ou deficiência, mas como uma parte da identidade da criança. Explique que o cérebro dela funciona de uma forma especial, o que faz com que ela tenha algumas facilidades e dificuldades que outras pessoas não têm”, recomenda. Ela acrescenta que é importante adaptar a conversa ao nível de entendimento da criança. “Para crianças mais novas, pode ser interessante usar histórias ou metáforas que ajudem a entender a neurodiversidade. À medida que ela cresce, a explicação pode se tornar mais detalhada.” Bárbara Calmeto conclui que envolver a criança no processo é fundamental para seu desenvolvimento emocional. “Conforme ela for entendendo melhor o diagnóstico, é importante que ela também aprenda a comunicar suas próprias necessidades, tanto em casa quanto na escola. Isso vai ajudá-la a desenvolver autonomia e a se sentir mais segura.” Receber o diagnóstico de autismo pode ser um desafio para as famílias, mas com o suporte adequado e as estratégias certas, é possível criar um ambiente favorável ao desenvolvimento da criança. A neuropsicóloga Bárbara Calmeto ressalta a importância de buscar orientação profissional e agir com sensibilidade para garantir que a criança cresça em um ambiente de acolhimento, tanto em casa quanto na escola. A comunicação aberta, o apoio multidisciplinar e o envolvimento da família e da escola são fundamentais para que a criança com autismo de suporte 1 se desenvolva plenamente e possa viver uma infância feliz e saudável.
Continue Reading
Advertisement

Em Destaque com Priscilla Silvestre

Semana Nacional da Inclusão: detectar precocemente é cuidar com amor

Published

on

By

De 21 a 28 de agosto, a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla traz em 2025 o tema “Protagonismo empodera e concretiza a inclusão social”. Especialistas destacam que a inclusão deve caminhar junto com a detecção precoce, quanto antes começarem as terapias, maiores as chances de evolução na comunicação e no comportamento.

Promovida pela APAE Brasil, a iniciativa busca ampliar a autonomia das pessoas com deficiência intelectual e múltipla. A neuropsicóloga Bárbara Calmeto, diretora do Autonomia Instituto, enfatiza que “cada criança tem seu ritmo, mas postergar avaliação e intervenção apenas por falta de diagnóstico pode atrasar ganhos fundamentais”. Pesquisas atuais indicam que sinais de risco do autismo podem aparecer antes dos 2 anos e que, em muitos casos, já é possível obter uma avaliação confiável entre 12 e 18 meses.

Entre os sinais que pais e profissionais devem observar estão: pouca resposta a sons ou ao nome, contato visual reduzido, pouca variedade de expressões faciais, preferência por brincadeiras solitárias, atraso ou ausência de balbucios e movimentos repetitivos como balançar ou bater as mãos.

“Cada criança tem seu ritmo, mas postergar avaliação e intervenção apenas por falta de diagnóstico pode atrasar ganhos fundamentais”

Estudos apontam que intervenções comportamentais e programas de desenvolvimento precoce, quando iniciados cedo e com participação da família, promovem melhoras significativas em comunicação e habilidades adaptativas. Segundo Bárbara, se ao menos dois sinais forem observados, é importante procurar um pediatra e solicitar encaminhamento para avaliação especializada. “Não é preciso esperar a confirmação diagnóstica para começar a intervir”, reforça. Ela defende ainda que políticas públicas invistam na formação de profissionais da saúde básica para triagem e na ampliação de programas parentais e comunitários.

“Inclusão é também promover autonomia, raiz de uma vida com qualidade, e isto começa com identificação precoce, apoio adequado e serviços que respeitem a singularidade de cada trajetória”, conclui.

Advertisement
Continue Reading

Em Destaque com Priscilla Silvestre

Brincar para crescer: como aproveitar as férias escolares longe dos eletrônicos

Published

on

By

As tão esperadas férias escolares são um momento essencial para as crianças descansarem, se divertirem e se desenvolverem longe das telas. O estudo ABCD (Adolescent Brain Cognitive Development Study), que acompanha mais de 12 mil crianças nos Estados Unidos, divulgou, recentemente, dados mostrando que crianças que passam mais de 7 horas diárias em frente a dispositivos eletrônicos apresentam alterações no córtex cerebral, área fundamental para o controle da atenção, emoções e planejamento.

“Para trabalhar as funções executivas, que são essenciais para o desenvolvimento e aprendizado, o brincar é a principal ferramenta, tanto a curto quanto a longo prazo”, explica Bárbara Calmeto, neuropsicóloga e diretora do Autonomia Instituto. “Brincando, a criança aprende a controlar impulsos, a planejar, a manter o foco e a lidar com diversas demandas ao mesmo tempo”.

Para os pais que precisam conciliar trabalho e cuidado, e querem aproveitar as férias para garantir brincadeiras que realmente façam a diferença no desenvolvimento, reunimos sugestões práticas que equilibram movimento, criatividade e interação, com pouco ou nenhum uso de telas.

Cozinhar com a criança é uma tarefa divertida e que desperta várias novas habilidades no pequenino (Créd. Priscila Correia)

Brincadeiras para fazer em casa

1. Circuito de obstáculos: use almofadas, cadeiras, bambolês e puffs para criar desafios psicomotores. Pedir para a criança pular dentro dos bambolês ou passar por baixo da cadeira estimula a coordenação, o reconhecimento corporal e a atenção.

2. Labirinto no corredor: cole fita formando um labirinto e desafie a criança a passar sem encostar. Além de ser pura diversão, trabalha o controle de impulsos e a concentração.

3. Atividades sensoriais: caixas com bolinhas de gel, arroz colorido, areia lunar ou slime podem esconder pequenos objetos para a criança encontrar. Também vale explorar cheiros diferentes com líquidos em potes — tudo para ativar os sentidos e a memória.

Advertisement

4. Cozinha divertida: envolver as crianças no preparo de biscoitos, bolos ou brigadeiros estimula a coordenação motora fina, além de trabalhar a paciência e o senso de conquista.

5. Brincadeiras manuais: recorte, colagem, pintura e dobraduras são excelentes para desenvolver a coordenação olho-mão e a criatividade.

Brincadeiras para fazer ao ar livre

1. Bilboquê: jogo simples e divertido que exige coordenação motora fina e atenção.

2. Brincadeira do Tarzan: pendure uma corda em galho seguro para a criança balançar, fortalecendo força e equilíbrio.

3. Corda de malabarista: duas cordas paralelas, uma baixa para os pés e outra alta para as mãos, permitem caminhar como em arvorismo.

Advertisement

4. Empinar pipa: além da criatividade na construção, empinar a pipa desenvolve o controle motor e a paciência.

5. Bolhas de sabão: fácil de fazer em casa, ajuda a explorar o espaço e a coordenação motora.

O mais importante, reforça Bárbara, é que as brincadeiras não precisam de brinquedos caros nem equipamentos sofisticados. “O que conta é a qualidade da interação e o estímulo à autonomia, criatividade e concentração”, lembra ela.

E para os pais, fica a dica: desliguem os aparelhos por pelo menos 30 minutos e entrem na brincadeira junto com as crianças. Essa troca atenta, chamada na neurociência de “serve and return”, é o que constrói o cérebro forte e saudável.

Com esse equilíbrio, as férias de julho podem ser muito mais que uma pausa: podem ser um tempo para fortalecer vínculos, estimular o desenvolvimento e criar lembranças felizes e, claro, longe das telas.

Advertisement
Continue Reading

Em Destaque com Priscilla Silvestre

Reset saudável: como retomar as atividades sem dramas e com muito sabor

Published

on

By

Viagens, férias, dias de inverno com a família e por aí vai. Julho é aquele mês em que a rotina alimentar costuma sair dos eixos. Mas, com o final do mês se aproximando, também chega aquele momento de retomar as rédeas da alimentação. E, nem sempre é fácil. O corpo pode estar mais inchado, o intestino preguiçoso, o sono bagunçado e a vontade de “comer direitinho” nem sempre aparece de imediato.

Mas segundo a nutricionista Fernanda Esquitino, o caminho de volta não precisa ser radical e nem punitivo. Muito pelo contrário. “Esses períodos de comilança fazem parte da vida, e tudo bem viver isso com prazer. O importante é como você cuida de si depois: sem culpa, com escolhas mais conscientes e respeitando seu tempo”, explica.

Ela defende que, para reequilibrar o corpo e a mente, é fundamental apostar em alimentos naturais, hidratar-se bem, dormir melhor e voltar, aos poucos, a uma rotina alimentar rica em nutrientes.

Como reduzir o inchaço e voltar ao equilíbrio

Nesse período, um dos “problemas” que mais acontece é a retenção de líquidos, já que não é raro uma rotina com alimentos mais salgados (quem consegue abrir mão do fondue de queijos ou das massas regadas à molho e muito parmesão?), excesso de bebidas alcoólicas e menos exercícios. Mas com algumas estratégias simples, você consegue reduzir o inchaço e sentir seu corpo mais leve de novo.

A seguir, Fernanda dá algumas dicas simples, porém, valiosas, para ajudar nesse processo.

Advertisement

1. Beba mais água: “Parece contraditório, mas hidratar o corpo faz com que ele libere o excesso de líquido retido. Carregue uma garrafinha com você e adicione rodelas de limão ou hortelã para dar sabor”;

2. Inclua alimentos diuréticos: “Pepino, melancia, abacaxi, salsão e salsa ajudam a drenar líquidos. Inclua em saladas, sucos ou lanches rápidos”;

3. Movimente o corpo: “Caminhadas leves ou alongamentos estimulam a circulação e ajudam a reduzir o inchaço, principalmente nas pernas e pés”;

4. Reduza o consumo de sal e ultraprocessados: “O excesso de sódio aumenta a retenção. Troque temperos prontos por ervas naturais como orégano, alecrim e cúrcuma”;

5. Aposte em chás diuréticos: “Chá de hibisco, cavalinha ou dente-de-leão são ótimos aliados. Tome 1 a 2 xícaras ao longo do dia para ajudar o corpo a eliminar o excesso de líquido”.

Advertisement

Passo a passo que cai bem

Para tornar esse recomeço mais fácil e também mais gostoso, Fernanda compartilhoa quatro receitas leves, práticas e ideais para quem quer retomar o ritmo sem abrir mão do sabor.

1. Salada Revitalizante: Refrescante e nutritiva, ela pode ser servida como refeição principal ou acompanhamento

  • Mix de folhas verdes
  • Tomate cereja
  • Cenoura ralada
  • Semente de girassol

Tempere com azeite de oliva, suco de limão e uma pitada de sal rosa.

2. Smoothie Verde Energético: Perfeito para começar o dia ou para aquele lanche da tarde leve e funcional

  • 1 xícara de água de coco
  • 1 punhado de espinafre
  • 1/2 maçã
  • 1 fatia fina de gengibre

Bata tudo no liquidificador e consuma gelado.

3. Sopa de Abóbora com Gengibre: Uma combinação reconfortante, ideal para o jantar ou dias mais frescos

  • 2 xícaras de abóbora picada
  • 1 pedaço pequeno de gengibre
  • 500 ml de água

Cozinhe a abóbora e o gengibre até amolecerem, bata no liquidificador e tempere com sal, cúrcuma e pimenta.

4. Bowl de Frutas e Sementes: Doce natural, prático e cheio de fibras, ótimo para o café da manhã ou uma sobremesa saudável

  • Mix de frutas vermelhas
  • 1 colher de sopa de chia
  • 1 colher de sopa de granola sem açúcar

Monte o bowl e finalize com um fio de mel.

“Voltar à rotina alimentar não precisa ser um castigo. Quanto mais natural, colorida e viva for sua alimentação, mais leve será esse retorno. E lembre-se: recomeçar é sempre uma oportunidade de se cuidar com mais carinho”, conclui Fernanda.

Continue Reading

Mais Lidas

Copyright © TimeOFFame - Todos os direitos reservados